A Fifa divulgou nesta sexta-feira uma nota oficial em que repudia e pede desculpas pelo argumento do advogado da entidade que, durante a defesa no caso ISL, alegou que a propina é algo cultural entre sul-americanos e africanos.
Os detalhes do processo que envolvem o recebimento de suborno de João Havelange e Ricardo Teixeira vieram à tona nos últimos dias e foram publicados no próprio site da entidade. Em determinado trecho da decisão judicial, os advogados da Fifa alegaram que na África e América do Sul “pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população”.
Em comunicado divulgado nesta sexta, a entidade repudiou a argumentação e pediu desculpas. “Os comentários em relação a supostas práticas de negócios dos sul-americanos e africanos feitos por um consultor jurídico externo que representou a FIFA no caso não refletem a posição da entidade”, afirma a nota, que também deixa claro o repúdio às declarações ditas por um “consultor jurídico externo” durante os procedimentos legais.
Ricardo Teixeira e João Havelange foram condenados pelo Tribunal do Cantão de Zug, na Suíça, pelo recebimento de cerca de R$ 45 milhões em subornos da ISL, empresa parceira da Fifa que atuava especialmente na negociação dos direitos de transmissão de eventos de futebol promovidos pela entidade.
Em 2001, a empresa faliu e uma auditoria revelou que mais de R$ 311 milhões foram pagos a dirigentes na forma de propina, em troca de benefícios em negociações comerciais de direitos de transmissão.
Em 2010, os dois cartolas brasileiros pagaram uma multa e se livraram das condenações, mas o processo continuou correndo em sigilo. Na última quarta, o Tribunal Federal da Suíça divulgou os documentos e revelou os dirigentes envolvidos no caso de corrupção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário