Fonte: Folha de S. Paulo
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, descartou, nesta quinta-feira, a possibilidade de o governo arcar com os custos de eventuais incidentes, como desastres naturais, que atrapalhem a organização da Copa do Mundo de 2014.
A responsabilização do governo durante o Mundial é um dos pontos mais polêmicos da Lei Geral da Copa, que deve ser votada em uma comissão especial da Câmara ainda neste mês.
A posição do governo confronta a da Fifa. Para a entidade, o Brasil deve bancar prejuízos causados à entidade durante o evento.
Questionada sobre a posição da Fifa, Salvatti foi enfática: "Aquilo? Nem pensar! É inegociável, impensável, não tem conversa".
A falta de acordo sobre esse ponto foi um dos motivos para o adiamento, no ano passado, da votação do assunto em uma comissão especial.
Há cerca de 15 dias, o secretário-geral Jérôme Valcke foi incisivo ao defender que a entidade não pode arcar com os custos de um desastre natural que atrapalhe a organização da Copa. Antes, a Fifa centrava essa pressão nos deputados que tratam da Lei Geral da Copa.
"Desastre natural e segurança no país não podem ser responsabilidade da Fifa, têm que ser do governo. Não podemos ser responsáveis por eventos deste tipo", declarou ele.
Uma das versões do texto da Lei Geral da Copa, do deputado Vicente Cândido (PT-SP), chegou a deixar claro que o Brasil se comprometeria a bancar prejuízos que a entidade possa ter "independentemente de culpa", mas a proposta nem chegou a ser votada.
Nesta quinta, a ministra Ideli Salvatti também confirmou que o projeto da Lei Geral da Copa deve encontrar um "meio-termo" para a questão da venda de bebidas alcoólicas durante os jogos. Uma das possibilidades é a liberação da venda de bebidas, apenas em restaurantes e bares oficiais dos estádios, antes, depois ou no intervalo das partidas. Ambulantes não devem poder circular nas arquibancadas.
Em visita ao Congresso, a ministra fez um apelo para que os deputados e senadores votem o assunto ainda neste semestre. Logo em seguida, o presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), confirmou que o texto é "uma prioridade na Casa" e que ele deve avançar ainda em fevereiro.
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