Lesionado, atual campeão da categoria diz achar justo que o vencedor do evento principal do UFC 143 detenha o título que ele não pode defender.
Fonte: Globo Esporte
O atual campeão dos meio-médios do UFC, Georges St. Pierre, surpreendeu a todos na última quarta-feira ao dizer que considera o vencedor da luta entre Nick Diaz e Carlos Condit como o real campeão da categoria, e não o campeão interino, como a organização anuncia que será.
- Eu acho que o vencedor será, sim, o campeão dos meio-médios, porque eu deveria defender meu título uma ou duas vezes por ano, e por estar lesionado, eu não vou conseguir defender o cinturão. Portanto, é justo que o vencedor seja considerado o campeão da categoria. Desde o momento em que eu me tornei o campeão do UFC, eu não luto mais pelo cinturão, mas sim para me desafiar e vencer os melhores. Já defendi meu título muitas vezes, e agora o que mais me interessa é competir com os melhores do mundo.
O próprio lutador admite que sua obsessão pelos treinamentos quase atrapalhou seriamente sua carreira como lutador profissional.
- Eu costumava dizer aos que me alertavam que eu estava exagerando nos treinos que eu poderia dormir à vontade quando morresse. Essa é uma das coisas mais idiotas que eu já disse na minha vida, e nunca mais voltarei a dizer. O excesso de treinamentos afeta não só a sua parte física, pois descansar corretamente também ajuda na sua performance, então é possível considerar o descanso parte da preparação, como também atrapalha a sua concentração. É necessário fazer as coisas na hora certa e evitar o "overtraining", que faz muito mal física e mentalmente. Às vezes você se sente sobrecarregado mesmo não tendo treinado tão pesado naquele dia, mas o excesso faz com que seu sistema nervoso afete seus músculos.
O canadense analisou os estilos dos seus dois potenciais rivais pela unificação do título.
- Carlos Condit é um lutador que cria uma espécie de caos na luta de solo, e a partir desse caos, ele consegue dominar uma luta. Nick Diaz é mais dominante em seu estilo, pois tem um excelente jiu-jítsu e um bom boxe também. São dois estilos bem diferentes, mas eu estarei pronto para ambos quando voltar a lutar. O fato é que tanta coisa acontece nesse esporte... você se prepara para um adversário, e daqui a pouco outro se torna o seu próximo rival. Eu me concentro sempre no próximo lutador que enfrentarei.
St. Pierre também se disse incomodado com as críticas recebidas por ser visto como um lutador que não finaliza lutas, ou nocauteia com pouca frequência.
- Por mais que eu não queira, as críticas sobre eu não ser um lutador que finaliza as lutas me incomodam, porque as lutas são difíceis quando se defende o título. Claro que, seu pudesse escolher, nocautearia todos meus adversários. Mas eles se preparam muito bem para me enfrentar, e a cada luta o combate é mais difícil, porque os campeões são cada vez mais estudados na medida em que vão defendendo seus títulos. Mas sei que faço um bom trabalho, e sempre vou prepparado para as lutas. E as vitórias chegam, então estou fazendo as coisas certas de certa forma. Mas às vezes sinto que poderia ser melhor, fazer as coisas melhor e aggradar mais os fãs.
O campeão também opinou sobre quem tem mais técnica entre ele e Diaz.
- Técnica é uma palavra ampla. Diaz é um lutador muito bom no que faz melhor, e eu sou bom no que faço melhor. Acho que ele se cansa mais, porque luta a luta do adversário. Se eu luto a minha luta, eu me imponho e controlo meu adversário. Para mim, essa é a diferença.
Georges St. Pierre revelou ainda como insistiu para enfrentar Nick Diaz junto a Dana White e Lorenzo Fertitta.
- Eu mandei mensagens a Lorenzo e Dana a noite toda. Eu sentia que era a hora exata. Me lembro quando Wanderlei Silva e Chuck Liddell demoraram para lutar, e foi uma decepção. Eles lutaram, mas foi mais tarde, talvez fora do momento exato. É o que eu não quero que aconteça entre mim e Diaz. Nós dois temos que lutar logo, porque sinto que estaremos no melhor da nossa forma.
Perguntado sobre como seria a luta entre ele e Diaz há 20 anos, St. Pierre revelou que gostaria que muitas coisas fossem como eram no início do UFC.
- Hoje eu estou aqui, dando entrevistas, porque é parte do meu trabalho. Se eu pudesse, não estaria aqui. Estaria fazendo outras coisas, cuidando da minha vida. Mas é parte do meu trabalho promover as lutas, é assim que eu ganho dinheiro e cumpro meus compromissos, então estou aqui. Se fosse como antes, nós iríamos lutar e pronto. Seria interessante e direto. Mas as coisas hoje são assim, e eu tenho que me adaptar a elas.
O UFC 143 ocorre na noite deste sábado e, além de Werdum x Nelson, terá como luta principal o duelo entre Nick Diaz e Carlos Condit pelo cinturão interino dos meio-médios. O card principal tem início previsto para 1h (de Brasília), já na madrugada de domingo. O evento terá transmissão ao vivo do canal Combate, e o SPORTV.COM acompanha tudo em Tempo Real.
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