Zagueiro, que está fora da equipe por causa da má fase e por andar às turras com a torcida, diz que foi preciso reclamar na direção do colégio.
Fonte: Globo Esporte
A voz de Bolívar ainda fica levemente embargada. A respiração se torna mais pesada, e a fisionomia, tensa. O capitão e líder do time, apelidado de “general” pela mão forte no vestiário, sente o golpe pela crise com a torcida. Neste domingo, o terceiro jogo fora do time, Bolívar acompanhará pela TV a partida contra o Coritiba, às 18h, no Beira-Rio. Em entrevista ao jornal "Zero Hora", Bolívar, que há 17 dias rompeu com os torcedores e está fora da equipe, revela que até sua família sofreu diretamente por causa do problema que vive. As críticas da torcida começaram na internet e explodiram dentro de sua casa. O filho Tales, 11 anos, conhecido por erguer com o pai as taças da Libertadores e do Gauchão, virou alvo na escola.
- Por participar de todas as minhas conquistas, é um garoto muito visado. Na situação que eu passava, ficou complicado na escola. Pegavam muito no pé dele. Fui até a direção da escola. Ele reclamava que os maiores mexiam com ele. O Tales é muito emotivo, ficou chateado. Comecei a levá-lo e a buscá-lo na aula. Tive que assumir a bronca, né? (risos). O respeito ficou maior e disse para ele: "Pode ir tranquilo para a escola que nada vai te acontecer". Mas hoje os colegas já mandam cartinha por ele para mim. Claro que queria estar jogando, mas ao menos agora estou curtindo meus filhos (é pai também de Victória, três anos) - diz, já com o semblante mais leve.
Bolívar também precisou acalmar os pais. Bolívar pai é conhecido em Santa Cruz do Sul. Saía às ruas e ouvia o que não gostava. A mãe sofria calada, em casa. Para completar, o zagueiro também procurava entender a indignação da torcida que sempre o idolatrou. O estopim foi o jogo contra o Santos. O Inter vencia por 3 a 0 até os 31 minutos do segundo tempo. Em 10 minutos, levou três gols.
- Tudo é questão de segundos. No gol de empate do Santos, o pessoal falou que falhei. Quando o Borges driblou o Nei dentro da área, e eu já estava com cartão amarelo, o Nei deu um biquinho na bola. Daí, meu pé passou dela. Ninguém viu isso. Disseram: "Ah, o Bolívar errou em bola" - conta.
Triste, ainda afastado, Bolívar não descarta uma reconciliação com a torcida colorada. O zagueiro se colocou à disposição do técnico Dorival Júnior, assim que ele precisar. Não será neste domingo.
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