Por fim de picuinhas, jogadores, Felipão e diretoria adotam silêncio, e concentração é novamente antecipada. Ambiente no elenco pesa.
Por Diego Ribeiro São Paulo
Fonte: Globo Esporte
- O momento é para reflexão. Quando vocês têm de refletir, também ficam em silêncio.
Esta foi a única frase vinda de diretoria, comissão técnica ou elenco do Palmeiras nesta terça-feira. Cunhada pelo vice-presidente Roberto Frizzo, dá uma boa noção do atual momento do clube no Campeonato Brasileiro.
Em má fase, o Verdão resolveu se trancar e tentar solucionar alguns de seus problemas internos até sábado, data do duelo contra o América-MG, no Canindé. Começou na terça, com uma reunião no gramado entre Frizzo, o técnico Luiz Felipe Scolari, o presidente Arnaldo Tirone e o vice de finanças, Walter Munhoz.
Duas medidas foram tomadas: jogadores e Felipão não vão dar entrevistas até sábado, e a concentração foi novamente antecipada. O elenco já se reúne em um hotel da zona norte de São Paulo logo depois do treino de quinta-feira. Blindados, os jogadores terão tempo de sobra para resolver insatisfações que tomaram conta do grupo.
O atacante Kleber é um dos mais insatisfeitos, a ponto de reclamar a cada jogo da qualidade ou esquema tático do time. No desembarque em São Paulo, segunda-feira, ele recebeu resposta do goleiro Deola, ainda que de forma indireta. Para evitar uma troca de farpas mais grave, diretoria e comissão técnica optaram pelo silêncio do elenco. Nomes mais jovens estão para lá de irritados com as constantes críticas do Gladiador, que deixou de ser unanimidade no grupo desde a frustrada negociação com o Flamengo.
Entre comissão técnica e elenco, também há o que ser resolvido. Felipão disse após o empate por 1 a 1 com o Atlético-GO, em Goiânia, que não sabia se os jogadores sentiam a mesma vergonha que ele sentiu ao ver seu time ceder a igualdade mesmo com dois jogadores a mais em campo. Uma reunião entre o técnico e líderes do elenco está marcada para esta semana. Homem de confiança, Marcos Assunção deve ser mantido com a faixa de capitão, deixando Kleber sem a braçadeira.
Já diretoria e Felipão ensaiam uma maior harmonia. A presença mais assídua do presidente Arnaldo Tirone no CT era cobrada pelo técnico, que tem visto o mandatário circular quase que diariamente pelos corredores da Academia de Futebol. O fator Tirone ajuda a deixar a relação Felipão x Roberto Frizzo mais amistosa. O fato é que todos os lados de um complexo relacionamento terão muito tempo para o diálogo, artigo raro no cotidiano palmeirense em 2011.
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