Dona Olindina revela que a campeã olímpica escondia suco e achocolatado nas viagens. Seu Rogério: 'Quando é pizza, parece que o mundo vai acabar'
Fonte: Globo Esporte - Olimpíadas 2012
Enquanto grande parte dos pais reclamam que os filhos não comem
direito, dona Olindina não tem do que se queixar. Muito pelo contrário.
Mãe de três meninas (Sâmia, Samara e Sarah) e um menino (João Victor),
ela nunca precisou brigar para que eles "limpassem" os pratos. E olha
que agora ela tem uma campeã olímpica em casa. Apesar do 1,52m de altura
e apenas 48kg, Sarah Menezes é boa de garfo, garante a mãe. O pai, seu Rogério, não faz rodeios e entrega logo a preferência da judoca.
- A Sarah come é tudo. Quando vai comer pizza parece que o mundo vai acabar - conta.
Apesar de o judô ser um esporte que os atletas estão sempre ligados no
peso, dona Olindina garante que a filha não tem problemas para
emagrecer: "quando precisa, ela fecha a boca". Os treinos pesados com o
técnico Expedito Falcão, na capital piauiense, parecem aumentar a fome
da menina de 22 anos, que chega em casa e vai direto preparar uma
vitamina ou fica mesmo na cajuína - bebida típica do Piauí feita do suco
do cajú. Mas o fraco da atleta continua sendo a pizza.
- Quando termina o treino, a Sarah vai direto para o lanche. Ela é boa
de garfo, gosta de comer. Nunca nos deu problema com isso. Ela adora uma
pizza. Se deixar, come uma inteira sozinha. Ela também gosta de
cajuína, mas prefere as vitaminas que ela mesmo faz - revela.
O segredo da mala
No quarto da campeã olímpica, todo arrumado para receber a filha
ilustre após a conquista em Londres, a mãe-coruja mostra fotos da judoca
pequena, sempre de quimono e no tatame, e as capas dos jornais do dia
seguinte do título, que estampam o rosto da piauiense. Com a a juda de
seu Rogério, dona Olindina tira de uma mala guardada no alto do armário,
todas as faixas que Sarah já usou, da branca até a preta, todas
guardadas.
Já que estamos falando de mala e comida, dona Olindina lembra uma
história curiosa e entrega um segredo da filha, que eles só foram
descobrir muito tempo depois.
- Nas viagens, a mala dela sempre ultrapassava o peso, e a gente nunca
sabia o porquê. Um dia, quando fomos ver, ela levava muito suco e
achocolatado nas viagens. Dizia que a comida lá fora era muito ruim -
contou a mãe.
Aos 22 anos, Sarah mora e treina em Teresina. É fácil identificar qual a
casa da judoca no bairro Bela Vista, na Zona Sul da capital. Uma faixa
logo na entrada avisa: "Sarah é Piauí, Brasil é Sarah". Sem quase parar
em casa por conta de treinos e competições, a primeira mulher campeã
olímpica do judô brasileiro ainda divide o quarto com o irmão caçula,
João Victor, que não acha ruim - apesar da bagunça que ambos fazem,
reconhece.
Quem entra na casa não demora muito a descobrir qual é o quarto dos
irmãos - mais dela do que dele. Uma foto de Sarah toma metade da parede,
que também tem uma frase inspiradora: "Para realizar um sonho é preciso
acreditar". E a menina que começou no judô aos 9 anos e não trocou a
terra-natal pelas grandes capitais acreditou. Acreditou tanto que fez
história.
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