Os fãs da velha guarda do vale-tudo, que acompanharam por exemplo os tempos do japonês Pride, estão acostumados com regras e golpes que hoje não são comuns no atual MMA. O “tiro de meta” é um destes movimentos que ficou mais raro com os novos regulamentos, principalmente o do UFC, maior evento da atualidade. Em algumas organizações, no entanto, as normas são diferentes, e é o que se viu neste fim de semana no One FC.
O evento asiático chegou à sua quarta edição, realizada na Malásia, e a vitória de Zorobabel Moreira causou espanto por apresentar o primeiro nocaute do One FC com um “tiro de meta” - ou, em inglês, soccer kick (chute de futebol).
Este golpe, como seu nome sugere, é quando um lutador atinge um oponente no chão com um chute na cabeça. O brasileiro Moreira enfrentava Roger Huerta, dos Estados Unidos, quando no segundo assalto acertou um “tiro de meta” que causou nocaute imediato no rival.
Devido às regras mais restritas que se vê hoje em dia, que proíbem o “tiro de meta”, a vitória de Zorobabel gerou polêmica no mundo do MMA.
Em entrevista ao site MMAJunkie, o médico Johnny Benjamin se mostrou contra este tipo de golpe. “Um atleta de MMA tem força para causar lesões significativas (especificamente fratura na região cervical) em um oponente caído. Algo que pode se tornar um trauma que pode alterar sua vida permanentemente”, afirmou ele.
O árbitro Steve Mazzagatti, por outro lado, defendeu o golpe usado muito por atletas como Maurício Shogun e Wanderlei Silva. “Eu sou da velha guarda, então amo ver isso, porque força o lutador a se defender de diferentes maneiras. É mais fácil ter um bom chão quando você não se preocupa se um cara como Wanderlei vai te chutar. Mas eu entendo que é necessário haver um balanço”, opinou ele, ao MMA Mania.
Nenhum comentário:
Postar um comentário