Campeão em 2008 e 2009, nadador brasileiro comemora o carinho da torcida que o elegeu e coloca um ponto final em ano marcado por caso doping.
Fonte: Globo Esporte
Cesar Cielo só tinha motivos para sorrir no Prêmio Brasil Olímpico, na noite desta segunda-feira. Ainda assim, não conseguiu controlar as lágrimas ao receber seu terceiro prêmio de Melhor Atleta do Ano, no Rio de Janeiro. A eleição por voto popular foi o afago que nadador brasileiro precisava para colocar um ponto final no ano mais difícil de sua carreira.
Após receber o prêmio, o campeão olímpico, também eleito Melhor do Ano em 2008 e 2009, conversou com o GLOBOESPORTE.COM sobre a emoção diferente de receber a homenagem este ano, o momento difícil ao ser flagrado em exame antidoping e as lições que leva para a desafiante temporada de 2012. Confira a entrevista abaixo:
Emoção
Achei que não fosse chorar (ao receber o prêmio), mas cada vez é uma situação diferente, cada vez é um momento único. É como se não tivesse acontecido outras vezes. O esforço para continuar no topo continua sendo o mesmo, ou talvez até maior. As adversidades que vão acontecendo é que vão mudando um pouquinho o sentimento na hora.
Alívio
Pensei no momento difícil que passei esse ano. Meus pais sentiram isso na pele. Foi um ano que ficou preso. A gente tinha a notícia na mão, mas era a hora que a gente tinha que manter a rotina mais forte porque a competição (Mundial de Xangai) estava chegando. A gente não podia ter um dia para jogar tudo para o alto, gritar. Tivemos que manter a cabeça no lugar. Foi complicado guardar esse peso e ter que competir depois. Na verdade, não parei para pensar até agora em tudo o que aconteceu esse ano. Então, me bateu um pouquinho mais hoje (segunda). É uma coisa que não gosto muito de falar. Mas veio tudo à tona. Foi uma sensação de alívio mesmo.
Carinho do povo brasileiro
Dá para ver esse carinho de várias formas. Para mim, pessoalmente, ganhar esse prêmio foi aquela coisa de ver que tem muita gente que gosta de mim ainda, que me admira mesmo. Às vezes, é só uma minoria que faz barulho. Mas é uma minoria mesmo. Penso em continuar fazendo o que venho fazendo: nadar mais rápido e ser um cara com uma imagem séria, com uma credibilidade bacana, uma integridade legal. Foram essas coisas que me seguraram em pé também esse ano.
2011
Esse foi um ano bem desafiador, bem difícil. Superação é a palavra que mais usei na minha cabeça. Vendo a coisa de um jeito meio predestinado, ter montado o grupo P.R.O. 16 foi muito importante para me dar o suporte que precisava. Não sei se seria a mesma coisa se eu estivesse fora do Brasil. Foi um ano que colhi muitos frutos do que fiz até agora. No momento difícil, vi que tudo o que a gente fez está dando certo, e a gente está se envolvendo com as pessoas certas. É o caminho que eu vejo para conquistar o bicampeonato olímpico no ano que vem.
2012
Ano que vem é um ano que eu espero que faça muito diferença. Espero que na final olímpica, naquele momento nervoso, eu use o momento difícil que passei em 2011 a meu favor. Sinto que estou com uma parte mental hoje bem forte para focar só na prova. Acho que não tem nenhum problema hoje que possa me tirar do foco. Isso é um conforto. E espero que daqui para frente venham anos com problemas bobos, como rasgar maiô, touca. (risos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário