Jordi Mestre diz que filosofia de jogo foi criada por Cruyff, novos talentos vão surgir no time e que Neymar está no foco dos observadores do clube.
Fonte: Globo Esporte
O Barcelona foi campeão do mundo no último domingo ao golear o Santos com nove jogadores formados em “La Masia”, centro de treinamento das categorias de base do clube catalão, entre os titulares. No segundo tempo, outros dois foram utilizados nas três substituições do técnico Pep Guardiola. De acordo com o estudo divulgado pela Pluri Consultoria, o Barça vale R$ 1,026 bilhão. Mas esses valores não conseguiriam ser investidos pelo clube na “contratação” das estrelas do quilate de Lionel Messi, Xavi ou Andrés Iniesta.
E é justamente com essa frase que Jordi Mestre, membro da junta diretora do clube, explicou o sucesso do clube. Se os atletas não fossem produzidos em “La Masia”, o Barça não teria poder aquisitivo para montar o time, que conquistou 13 títulos em 16 disputados.
- Investimos muito dinheiro em contratações, mas temos feito isso em menor escala. Temos investido muito na base. Custaria muito caro contratar Messi, Xavi e Iniesta ao mesmo tempo. Seria uma fortuna. “La Masia” nos mostra que não temos que colocar muito dinheiro para ter grandes jogadores – afirmou.
O investimento é forte nas categorias de base. Mas a prioridade do Barcelona, segundo Mestre, não é apenas na formação de jogadores. O clube tem toda uma filosofia de vida. No fim, o resultado é o menos importante.
- É proibido olhar a tabela de classificação. Não deixamos isso interferir no trabalho. Entramos em campo para jogar futebol – afirmou.
Atualmente, cinquenta dois garotos moram na concentração da equipe – nenhum brasileiro. Ao ser questionado se um novo Messi ou um outro Xavi já estava sendo produzido, o dirigente sorriu, mas preferiu não entrar em detalhes.
- Temos jogadores com potencial para chegar ao time principal, mas não darei nomes para não criar pressão sobre esses atletas e para não faltar com o respeito com aqueles que eu não citar. Temos jogadores que pareciam que chegariam ao primeiro time, mas não aconteceu. Por outro lado, eu já vi o contrário. Se comenta no clube que o Pedro e o Busquets não pareciam bons jogadores. Eram pontos de interrogação. E hoje são bicampeões do mundo – revelou o dirigente.
Jordi Mestre aproveitou para comentar a saída de muitos jogadores das categorias de base do clube. Cesc Fàbregas, contratado no início da atual temporada ao Arsenal, foi revelado pelo clube catalão. Porém, por falta de oportunidades, acabou em Londres. Retornou agora para levantar o caneco no Japão. Mas outros nomes têm deixado “La Masia” rumo a outros centros da Europa.
- Existem jogadores que nos deixam e voltam. Nesta temporada, o Arsenal nos tirou dois atletas, ambos com 16 anos. É justamente a partir desta idade que podemos fazer um contrato profissional.
De acordo com Mestre, a filosofia do Barcelona foi implantada há tempos, mas um holandês foi fundamental para criação do estilo de jogo do time: o ex-jogador Johan Cruyff. Além disso, de acordo com o dirigente da equipe catalã, o sucesso do clube se deve 80% às divisões de base do Barça.
- Tudo começou com ele há 20 anos. É a filosofia holandesa de jogo. O Guardiola segue a mesma linha porque foi jogador do Cruyff e viveu na residência do clube por muito tempo – explicou o dirigente.
No fim, Mestre afirmou que não conhece Lucas, do São Paulo. Porém, Neymar, adversário do Barcelona na final do último domingo, já foi observado pelo dirigente em algumas oportunidades.
- Pelo que eu soube, o Neymar renovou com o Santos até 2014. Ele é jogador do Santos. Um grande jogador por sinal. Mas antes de chegar ao nosso clube, qualquer jogador passa por muitos filtros de observadores, técnicos, treinador da primeira equipe. É um processo longo para chegar até a nossa equipe.
Se existe um novo Messi não importa. Certo mesmo é que Fontás, Jonathan, Rafael Alcântara e outros já fazem parte do futuro da equipe catalã.
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