segunda-feira, 30 de abril de 2012

Campeã olímpica e mãe, musa francesa tenta esquecer polêmicas no Rio

Fonte: Folha de S. Paulo

Férias, tempo para superar o baque de ver o marido fora da Olimpíada, algumas braçadas na piscina e tranquilidade para descansar.

Esse era o plano de Laure Manaudou, 25, quando entrou no avião rumo ao Rio de Janeiro para disputar o Troféu Maria Lenk pelo Pinheiros. Queria recarregar as baterias antes de voltar a treinar para os Jogos de Londres.

Mas a musa francesa não conseguiu se esconder.

De volta à natação após três anos parada e com a vaga na Olimpíada, a atleta voltou a ser o alvo dos holofotes.

Repórteres franceses do "L'Équipe" e da Rádio França Internacional foram todos os dias ao Parque Aquático Maria Lenk para acompanhá-la. Filmaram e gravaram todos os seus movimentos e queriam falar com ela a todo momento. O belga "La Libre Belgique" também apareceu.

Cansada da marcação cerrada, anteontem a nadadora fugiu do assédio dos franceses e não deu entrevistas para evitar as perguntas "chatas". Antes de eles chegarem, no fim de semana, aproveitou para visitar, incógnita, o Corcovado e Ipanema.

Manaudou se tornou uma das queridinhas da imprensa de seu país --e do mundo-- nos Jogos de Atenas, em 2004, quando, aos 17 anos, foi campeã olímpica.

SEM PRIVACIDADE

Jovem e bonita, virou alvo também das revistas de fofoca, que ganharam assunto de sobra quando ela foi para a Itália viver com o então namorado Luca Marin, em 2007.

Pouco depois, Manaudou foi expulsa de seu clube e terminou o romance. No mesmo ano, fotos da atleta nua foram parar na internet. Em 2008, nos Jogos de Pequim, após o escândalo, ela ficou fora do pódio de todas as provas.

Decidiu deixar as piscinas.

"Eu parei cedo, mas sabia que um dia voltaria. Só precisava saber que era a hora certa", afirmou Manaudou, mãe de Manon, 2 anos.

A francesa voltou a nadar em 2011 e conquistou duas vagas olímpicas. Fred Bousquet, pai de sua filha, não vai a Londres. O casal treina nos EUA com Brett Hawke, ex- -treinador de Cesar Cielo.

"É difícil dizer, mas tenho dificuldade para voltar aos treinos porque, para mim, os Jogos não existem sem ele", disse Manaudou. "Mas preciso fazer isso pelo Fred, ele faria o mesmo no meu lugar."

Na passagem pelo Rio, a francesa, tantas vezes envolvida em polêmicas, chamou atenção pela discrição.

"Achei que ela é meio apagada. Bem na dela, quietinha", afirmou Nathália Diniz, também do Pinheiros.

Para a veterana Fabíola Molina, a presença da francesa pode ajudar as novatas.

"Para os atletas da equipe é legal ter esse contato, observar como aquece, como solta, trocar uma ideia. É uma referência", afirmou.

Mesmo sem estar treinando bem, Manaudou, até a última sexta-feira, havia ganhado dois ouros, duas pratas e dois bronzes no Rio.

As férias acabam hoje.

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