quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sem pensar em Série B, Palmeiras analisa propostas e pode batizar Arena em 2012

Ao iG, construtora WTorre diz que estuda 11 possibilidades. Novo estádio pode gerar mais de US$ 1 bilhão em 30 anos.

Fonte: iG Esporte

Enquanto os jogadores do Palmeiras trabalham forte no CT do clube para tentar escapar do rebaixamento no Brasileirão , a Nova Arena, futuro estádio da equipe, é erguida perto dali, na zona oeste de São Paulo. E, se no time comandado por Luiz Felipe Scolari o clima não anda dos melhores, no novo Palestra Itália reina o otimismo. O iG visitou as obras da Arena - com inauguração de pompa prevista para o segundo semestre de 2013 - e conversou com Rogério Dezembro, diretor de novos negócios da WTorre, empresa responsável pela construção. Segundo ele, os palmeirenses devem saber em breve como vai se chamar o estádio, já que a WTorre vem recebendo várias propostas de naming rights - 11, para ser exato. O "batizado", inclusive, pode acontecer já em 2012.

"Temos algumas conversas bem encaminhadas, mas nada ainda fechado. 11 empresas já nos procuraram, sendo que duas fizeram propostas formais e nós não aceitamos porque consideramos os valores baixos. Uma delas continua negociando conosco, a outra não. É um negócio que tem que se feito com muito cuidado, porque é um casamento de longo prazo. Não é namoro, 'ficada'. É casamento de papel passado. Dá até pra dizer que (o acordo de naming rights ) pode sair já esse ano, mas pode ser que fique pro ano que vem. São negociações de prazo muito longo, de valores altos, que se resolvem rapidamente", diz Dezembro.

Segundo o diretor da WTorre, o mercado brasileiro tem casos de sucesso de naming rights , mas ainda não está totalmente adaptado à prática muito comum em estádios e arenas da Europa, Ásia e América do Norte. "Temos experiências bem sucedidas em teatros, cinemas e casas de eventos, mas ainda não em arenas multiuso com capacidade pra receber esportes. Temos que entender que o mercado leva um tempo pra absorver como essa ferramenta é útil para a marca", explica.

O contrato entre Palmeiras e a construtora é de 30 anos. Neste período, o alviverde terá participação crescente na renda da Nova Arena (com exceção da bilheteria dos jogos, que será integral do clube desde a inauguração). Nos primeiros cinco anos, o time terá 5% da renda obtida com camarotes, cadeiras e naming rights do estádio. Também nos cinco anos iniciais, o clube paulista terá 20% da renda de estacionamentos, lanchonetes, restaurantes e lojas que serão inauguradas. Todos estes valores aumentarão 5% a cada cinco anos, até o fim do contrato. E, de acordo com Rogério Dezembro, a WTorre estima gerar pelo menos US$ 1 bilhão nesses 30 anos.

"A Arena vai gerar uma série de receitas novas para o clube. Não é que vai melhorar a receita atual, mas sim acrescentar novos itens que tendem a dar ao Palmeiras uma condição privilegiada no futebol brasileiro. Teremos calendário de eventos, shows, restaurante, estacionamento, lojas, e isso vai gerar, em uma estimativa até conservadora, US$ 1 bilhão ao longo de 30 anos. A gente fez esses cálculos baseados em um determinado número de eventos, mas alguns operadores disseram que esse valor está sendo até subestimado", comemorou.

As armas da WTorre para gerar o valor serão os shows de música, que serão feitos em espaços para 15 mil ou 60 mil pessoas. Dezembro diz que as negociações com operadoras vão bem, mas ainda sem definições: "Já falamos com a principais empresas e ouvimos sugestões. Eles nos disseram o que gostariam de ter na Arena para resolver os principais gargalos que envolvem a produção de shows, seja no anfiteatro ou no gramado. Precisa ter lugar pra parar caminhão? Nós vamos ter. Preciso de canaleta seca para passar cabos? Nós temos. Isso entre várias outras coisas. Queremos ser a opção número um de todo mundo, mas ainda não temos nenhum parceiro fixo. As propostas estão agradando, mas temos que tomar cuidado. Tivemos uma proposta, por exemplo, que era excelente, mas nos pedia exclusividade em uma determinada atividade. A gente não aceitou porque queremos receber o melhor que estiver acontecendo em São Paulo, e, se eu fechar exclusividade com alguém, vou ter o melhor desse alguém, mas vou estar abrindo mão do conteúdo dos outros", afirma.

O ânimo de Rogério Dezembro não é abalado nem pelo risco de um possível rebaixamento do Palmeiras para a Série B do Brasileirão, o que poderia afetar os negócios da empresa com a venda de camarotes, por exemplo. Segundo o diretor, isso em nenhum momento passou pela cabeça da WTorre ou de quem negocia com a empresa. "Não tivemos problemas com isso até agora. Não passa pela cabeça de ninguém. Ano que vem, a Libertadores e a maior parte das competições não serão disputadas na Arena, pois a inauguração é pro segundo semestre. Então, se (o Palmeiras) caísse, não teria tantos problemas. Claro que tem a parte emocional muito ruim, mas não estamos contando com essa possibilidade, e nem com quem está conversando com a gente, pois esse assunto não surgiu em nenhum momento", ressalta.

Até o momento, a WTorre já entregou prédios da área social do Palmeiras, que formarão parte do complexo da Nova Arena. O estádio será gerido pela gigante norte-americana AEG, que já trabalha com locais de sucesso como o Staples Center (arena de equipes de basquete e hóquei de Los Angeles), nos Estados Unidos, além de ser a segunda maior produtora de eventos de entretenimento dos Estados Unidos.

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