Ao iG, construtora WTorre diz que estuda 11 possibilidades. Novo estádio pode gerar mais de US$ 1 bilhão em 30 anos.
Fonte: iG Esporte
Enquanto os jogadores do Palmeiras
trabalham forte no CT do clube para tentar escapar do rebaixamento no Brasileirão
, a Nova Arena, futuro estádio da equipe, é erguida perto dali, na zona
oeste de São Paulo. E, se no time comandado por Luiz Felipe Scolari o
clima não anda dos melhores, no novo Palestra Itália reina o otimismo. O
iG
visitou as obras da Arena - com inauguração de pompa prevista para o segundo semestre de 2013
- e conversou com Rogério Dezembro, diretor de novos negócios da
WTorre, empresa responsável pela construção. Segundo ele, os
palmeirenses devem saber em breve como vai se chamar o estádio, já que a
WTorre vem recebendo várias propostas de naming rights
- 11, para ser exato. O "batizado", inclusive, pode acontecer já em 2012.
"Temos algumas conversas bem encaminhadas, mas nada ainda
fechado. 11 empresas já nos procuraram, sendo que duas fizeram
propostas formais e nós não aceitamos porque consideramos os valores
baixos. Uma delas continua negociando conosco, a outra não. É um negócio
que tem que se feito com muito cuidado, porque é um casamento de longo
prazo. Não é namoro, 'ficada'. É casamento de papel passado. Dá até pra
dizer que (o acordo de naming rights
) pode sair já esse ano, mas pode ser que fique pro ano que vem. São
negociações de prazo muito longo, de valores altos, que se resolvem
rapidamente", diz Dezembro.
Segundo o diretor da WTorre, o mercado brasileiro tem casos de sucesso de naming rights
, mas ainda não está totalmente adaptado à prática muito comum em
estádios e arenas da Europa, Ásia e América do Norte. "Temos
experiências bem sucedidas em teatros, cinemas e casas de eventos, mas
ainda não em arenas multiuso com capacidade pra receber esportes. Temos
que entender que o mercado leva um tempo pra absorver como essa
ferramenta é útil para a marca", explica.
O contrato entre Palmeiras e a construtora é de 30 anos. Neste
período, o alviverde terá participação crescente na renda da Nova Arena
(com exceção da bilheteria dos jogos, que será integral do clube desde a
inauguração). Nos primeiros cinco anos, o time terá 5% da renda obtida
com camarotes, cadeiras e naming rights
do estádio. Também nos cinco anos iniciais, o clube paulista terá 20%
da renda de estacionamentos, lanchonetes, restaurantes e lojas que serão
inauguradas. Todos estes valores aumentarão 5% a cada cinco anos, até o
fim do contrato. E, de acordo com Rogério Dezembro, a WTorre estima
gerar pelo menos US$ 1 bilhão nesses 30 anos.
"A Arena vai gerar uma série de receitas novas para o
clube. Não é que vai melhorar a receita atual, mas sim acrescentar novos
itens que tendem a dar ao Palmeiras uma condição privilegiada no
futebol brasileiro. Teremos calendário de eventos, shows, restaurante,
estacionamento, lojas, e isso vai gerar, em uma estimativa até
conservadora, US$ 1 bilhão ao longo de 30 anos. A gente fez esses
cálculos baseados em um determinado número de eventos, mas alguns
operadores disseram que esse valor está sendo até subestimado",
comemorou.
As armas da WTorre para gerar o valor serão os shows de
música, que serão feitos em espaços para 15 mil ou 60 mil pessoas.
Dezembro diz que as negociações com operadoras vão bem, mas ainda sem
definições: "Já falamos com a principais empresas e ouvimos sugestões.
Eles nos disseram o que gostariam de ter na Arena para resolver os
principais gargalos que envolvem a produção de shows, seja no anfiteatro
ou no gramado. Precisa ter lugar pra parar caminhão? Nós vamos ter.
Preciso de canaleta seca para passar cabos? Nós temos. Isso entre várias
outras coisas. Queremos ser a opção número um de todo mundo, mas ainda
não temos nenhum parceiro fixo. As propostas estão agradando, mas temos
que tomar cuidado. Tivemos uma proposta, por exemplo, que era excelente,
mas nos pedia exclusividade em uma determinada atividade. A gente não
aceitou porque queremos receber o melhor que estiver acontecendo em São
Paulo, e, se eu fechar exclusividade com alguém, vou ter o melhor desse
alguém, mas vou estar abrindo mão do conteúdo dos outros", afirma.
O ânimo de Rogério Dezembro não é abalado nem pelo risco de um
possível rebaixamento do Palmeiras para a Série B do Brasileirão, o que
poderia afetar os negócios da empresa com a venda de camarotes, por
exemplo. Segundo o diretor, isso em nenhum momento passou pela cabeça da
WTorre ou de quem negocia com a empresa. "Não tivemos problemas com
isso até agora. Não passa pela cabeça de ninguém. Ano que vem, a
Libertadores e a maior parte das competições não serão disputadas na
Arena, pois a inauguração é pro segundo semestre. Então, se (o
Palmeiras) caísse, não teria tantos problemas. Claro que tem a parte
emocional muito ruim, mas não estamos contando com essa possibilidade, e
nem com quem está conversando com a gente, pois esse assunto não surgiu
em nenhum momento", ressalta.
Até o momento, a WTorre já entregou prédios da área
social do Palmeiras, que formarão parte do complexo da Nova Arena. O
estádio será gerido pela gigante norte-americana AEG, que já trabalha
com locais de sucesso como o Staples Center (arena de equipes de
basquete e hóquei de Los Angeles), nos Estados Unidos, além de ser a
segunda maior produtora de eventos de entretenimento dos Estados Unidos.
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