Criador da Turma da Mônica vai ao Rose Bowl, em Los Angeles, para a final da Copa, mas não consegue ver o pênalti perdido por Roberto Baggio.
Fonte: Globo Esporte
Seus personagens enriqueceram o imaginário de uma infinidade de
crianças que atualmente já são avós e tantas outras que hoje brincam na
era da internet e das redes sociais. E foi na infância de seus filhos
(dez ao todo) que Mauricio de Sousa buscou inspiração para criar a sua
turma, ou melhor, a Turma da Mônica. Pois um deles, involuntariamente,
fez uma peripécia que impediu o famoso pai de ver o momento mais
importante da final da Copa do Mundo de 1994, entre Brasil e Itália,
disputada no Rose Bowl, em Los Angeles (EUA): o momento em que Roberto
Baggio desperdiçou a sua cobrança de pênalti e deu o quarto título
mundial à seleção brasileira após 24 anos de espera.
- Fomos ao jogo, eu e minha família. A criançada era pequena, o caçula,
Mauricio, era um crianção, e pedia colo de vez em quando. E pai é para
isso mesmo. Subimos, aquela festa toda, a gente com a cara pintada de
verde e amarrelo, com a camisa da Seleção. O jogo passa, aquele
nervosismo todo, e vai para os pênaltis. Todo mundo muito nervoso, sem
saber o que vai acontecer. Mas o Mauricio naquele momento teve sono, e
tive de ficar sentado com ele no colo. Quando foi a vez de o Baggio
cobrar o pênalti, o pessoal todo se levantou, e eu não aguentei me
levantar com meu filho no colo e ver aquele chute que pôs tudo a perder
para a Itália. O Mauricio era um cavalão de cinco para seis anos, e não
pude ver. Fui lá para ver isso, a vitória do Brasil, e não vi. Acho que
fui o único do estádio que não viu a cobrança errada - relembrou com
ótimo humor o cartunista, por telefone, de seu estúdio em São Paulo.
Ele já havia ido às Copas de 86, no México, e de 90, na Itália, sempre
com alguém da família e com a frustração de não ver o Brasil ser
campeão. Rindo enquanto relatava o que havia ocorrido naquele 17 de
julho de 1994, o artista revelou o principal motivo que o fez se
inspirar em Mauricio Takeda Sousa, seu filho mais novo, para criar o
personagem Do Contra:
- Acontece, o Mauricinho sempre foi do contra. Depois saímos para
festejar. Este foi o jogo que mais me marcou, e não vi o Brasil ganhar.
Logo eu, que vivo de olhar e desenhar as coisas que vejo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário